Cistos no ovário podem dificultar gravidez
Os cistos ovarianos são encontrados em uma a cada quatro mulheres. Apesar de não causarem infertilidade, podem afetar o ciclo menstrual e o processo ovulatório
Cerca de 25% das mulheres brasileiras são acometidas por cistos ovarianos durante os anos reprodutivos.
Porém, apenas uma minoria dos diversos tipos pode levar a dificuldades para engravidar. Isso porque das cinco condições mais comuns de tumores do ovário apenas um é maligno. Este tende a afetar as mulheres apenas ao fim do período fértil, ou seja, na menopausa. Para diagnosticar de forma correta a presença do cisto e escolher a forma de tratamento, é imprescindível buscar ajuda médica.
Os cistos ovarianos, que não devem ser confundidos com a Síndrome dos Ovários Policísticos, são espécie de bolhas cheias de líquido que podem se localizar nos ovários. Seu tipo mais frequente são os chamados cistos foliculares, ou funcionais, os quais são causados por desequilíbrio hormonal e, por isso, podem regredir espontaneamente.
De modo geral, os cistos devem ser tratados de forma conservadora. No caso de pacientes com suspeita de cistos funcionais que não desejam gestar no momento, indico a prevenção e o controle por meio do uso de contraceptivos orais ou simplesmente o acompanhamento da evolução do cisto por uma ultrassonografia.
Esse problema feminino não causa infertilidade para o casal, mas pode gerar dificuldades para a gravidez devido a possíveis alterações hormonais, irregularidade ou ausência de menstruação e disfunções no processo ovulatório. “Os cistos foliculares, por exemplo, são bem comuns ao final do ciclo menstrual da mulher, quando ela não ovula. São considerados benignos e geralmente somem sozinhos. Porém, enquanto eles permanecem nos ovários podem dificultar novas ovulações”, identifica o especialista.
CISTOS MALIGNOS - Os cistos malignos e potencialmente cancerígenos são mais frequentes em pacientes após a menopausa, ou seja, depois dos 45 anos, e o seu diagnóstico é bastante difícil em estágios mais precoces por não apresentarem sintomas, por isso a importância da realização de check-ups periódicos.
“Existem algumas características que indicam o tipo do cisto. Sabemos que aqueles maiores do que 6cm devem ser melhor investigados pois tem uma maior probabilidade de malignidade. Além disso, o aspecto ecográfico, a partir do laudo médico de exames de imagem, também indicam o tipo do cisto”, confirma o médico.
De acordo com o ginecologista especialista em medicina reprodutiva, no caso de suspeita de cistos malignos deve-se considerar um tratamento cirúrgico. “Se a paciente estiver em idade fértil e ainda deseja engravidar, é necessário tentar preservar o ovário não acometido durante a cirurgia, quando possível e conversar com o casal sobre as possibilidades”, conclui.
Por Júlia Carneiro
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa
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