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Fertilidade Feminina - Simpósio discute a saúde reprodutiva da mulher

Cecília Dionísio - Jornal DIÁRIO DA REGIÃO

05/06/2014

Grávida de 31 semanas, a nutricionista Ana Carolina São Bento pratica atividade física acompanhada da personal trainer Joseane Ribeiro Constâncio Infertilidade, abortos de repetição, doenças venéreas, estresse e fadiga mental, entre outros problemas que acometem as mulheres entram na pauta de discussões da 15ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia e do 8º Simpósio de Reprodução Humana, que começam nesta quinta-feira, 5, e vão até o sábado, 7, com especialistas de todo o País.

 

O ginecologista Edilberto de Araújo Filho, especialista em Reprodução Humana Assistida, de Rio Preto, observa que um dos objetivos do simpósio é alertar os ginecologistas sobre a importância dos aspectos nutricionais: alimentação sem agrotóxicos, sem hormônios, com baixa gordura trans, rica em fibras como forma de manter a boa qualidade dos gametas: óvulos e espermatozoides. “Temos visto muitos indivíduos jovens com gametas de má qualidade. Sem falar em bebidas, cigarros, estresse excessivo, entre outros. Além disso, a atividade física tem ganhado cada vez mais importância nessa equação”, lembra.

 

E quem faz coro ao médico é a nutricionista Ana Carolina São Bento, 34 anos, ela própria grávida de 31 semanas, diz que além de praticar tudo que recomenda, está em sua segunda gestação e só tem colhido bons frutos de levar uma vida saudável. “Evito frituras, gorduras, produtos industrializados e, com isso, me mantenho longe de doenças como diabetes, pressão alta, além de ganhar só o peso do bebê”, diz.

 

Ana observa ainda que, no dia a dia, suas pacientes acabam entendendo que não adianta engordar 20 a 30 quilos durante a gestação, se alimentando de forma errada, ou sem praticar exercícios, pois na maioria das vezes quem ganha este peso todo tem o bebê com baixo peso. “Isso acontece porque os alimentos ingeridos não trazem nutrientes e não são bem absorvidos pelo bebe, o que só resulta em excesso de peso. Já quem se alimenta corretamente engorda pouco, e o bebê nasce com o peso ideal”, diz.

 

Além disso, a nutricionista recomenda que, atrelado à alimentação saudável, a gestante pratique atividades físicas orientadas, para que, quando a criança nascer, ela e o filho estejam cheios de saúde e disposição.

 

Edilberto Araújo observa que também importante é o bom equilíbrio endócrino e metabólico na qualidade dos gametas. Com o avançar da idade, alguns hormônios podem ficar deficientes e algumas patologias endócrinas alteram a qualidade dos gametas e aumentam risco de abortos. Como exemplo, as doenças da tireoide, hipófise, suprarrenal e outras.

 

“É importante preservar a fertilidade, e não só, guardar, congelar, armazenar gametas e embriões, tomar atitudes de vida objetivando manter a qualidade de suas células germinativas (óvulos e espermatozoides), especialmente para as mulheres que não produzem óvulos, para que sua perda seja a mais fisiológica possível.

 

Estamos cada vez mais preocupados com o estilo de vida, de alimentação, preocupados com a qualidade de vida, pois isso tem tudo a ver com boa qualidade reprodutiva. A prevenção é a melhor saída”, finaliza.

 

Serviço

15ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia e do 8º Simpósio de Reprodução Humana. De quinta a sábado (5 a 7), na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Rio Preto.

 

Exames de ponta

No caso da infertilidade, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é um fenômeno que afeta cerca de 12% dos casais de todo o mundo, esta é uma questão de saúde pública que requer muita atenção, pelo sofrimento que causa. A boa notícia é que graças aos avanços tecnológicos já existem várias alternativas para se contornar este e outros problemas com relativa facilidade. Um exemplo é o exame diagnóstico genético pré-implantacional(PGD), já disponível em Rio Preto para identificar o embrião, que será implantado numa fertilização in vitro (FIV).

 

A embriologista Lígia Fernanda Previato Araújo, chefe de laboratório do Centro de Reprodução Humana de Rio Preto (CRH), lembra que existe um caminho bem longo entre a fertilização do óvulo maduro, a formação do embrião, sua implantação no útero e o nascimento do bebê saudável, pois muitos fatores estão envolvidos nesse processo. “Tudo começa na saúde do embrião e vai até a capacidade do sistema imunológico da mãe em aceitar esse embrião.

 

Se o mesmo apresentar algum problema genético, o sistema imunológico da mãe vai reagir e ‘rejeitar’ o embrião, causando um aborto espontâneo”, diz. Com o avanço da ciência, descobriu-se que muitos óvulos fecundados originam embriões geneticamente anormais. Daí a importância do exame, que pode prevenir o surgimento de doenças genéticas antes que a gestação tenha ocorrido, através da seleção de embriões saudáveis, livres de desordens genéticas, previamente à transferência para o útero da mãe.

 

“Ele tem sido indicado para casais que já tenham tido um filho afetado por doença de padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X (como a hemofilia, por exemplo) ou outras doenças monogênicas (como a fibrose cística). Além disso, às mulheres de idade mais avançada, ou que já tiveram abortos de repetição. A técnica evita o sofrimento de um diagnóstico futuro de uma gestação comprometida por anomalias genéticas do bebê”, diz.

 

Novos Hábitos

::De acordo com o ginecologista rio-pretense José Luis Crivellin, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) - Regional Rio Preto, que promove a jornada e o simpósio, a vida moderna mudou hábitos, rotinas e o modo como a mulher trata o corpo

 

::“É comum que mulheres optem por ter filhos após os 35 anos, situação que requer cuidado extra em todo o pré-natal. E inúmeras outras circunstâncias como essas serão abordadas e discutidas pelos principais especialistas do Brasil”, diz

 

::A hérpes zóster, por exemplo, um dos temas engatilhados para a jornada: uma em cada três mulheres vai ter o problema. Embora o tratamento com antivirais, anti-inflamatórios e analgésicos ajude a controlar o problema, existe uma vacina preventiva que ajuda a evitar que a pessoa contraia a doença. “Também pode ser usada por quem já tem a herpes para diminuir a dor e as infecções secundárias”, diz

 

Saiba Mais

::Os problemas de ordem genética começam a aparecer com o avançar da idade da mulher. As chances de ter um bebê com uma anormalidade cromossômica, como a Síndrome de Down, aumentam com a idade. Uma mulher de 30 anos tem 1 em 1 mil chance de ter um bebê Down. Aos 35 anos, as chances são de 1 em 400. Aos 40, 1 em 100, e aos 45, as chances são de 1 em 30

 

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