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Estresse pode provocar Infertilidade

Luciano Moura - Jornal BOM DIA

15/09/2013

30% de quem têm dificuldade para engravidar não conseguem por causa da doença e vida pouco saudável

 

As previsões de que o estresse estaria entre os males do século foram consolidadas logo na primeira década. A doença já é vista como inimiga da reprodução humana e pode afetar o ritmo de crescimento populacional. 

Estudo revelado pelo jornal  The New York Times revela que tanto homens quanto mulheres podem sofrer de infertilidade por conta do estresse, e que as chances da mulher ovular vão diminuindo quanto mais estressada ela está. O levantamento ainda mostra que, devido ao estresse da vida diária e de seus estilos de vida pouco saudáveis, 30% das pessoas que estão realizando tratamentos para engravidar não conseguem.

De acordo com o especialista em reprodução humana assistida Edilberto de Araújo Filho, que é diretor do CRH (Centro de Reprodução Humana) de Rio Preto, o radical livre liberado pelo estresse apresenta um efeito negativo nos óvulos, podendo causar infertilidade ou afetar as chances em tratamentos para engravidar.

Segundo a embriologista Lígia Previato, diretora do laboratório do CRH, quando o estresse se manifesta ocorre um desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes. O aumento do nível de radicais livres significa que nosso corpo está tentando suportar uma “carga” maior do que é capaz. Em contrapartida, os níveis de antioxidantes, que poderiam proporcionar o equilíbrio, se mantém e as vezes até  caem.

Mitocôndria/ A embriologista destaca outro fator prejudicial, que é o surgimento de problemas na mitocôndria, responsável pela vitalidade. 
“O ponto da célula mais afetado pelo estresse é a mitocôndria, fundamental para a boa qualidade do óvulo. Se a mitocôndria envelhece, o óvulo envelhece junto, podendo dificultar uma gestação devido às desordens genéticas causadas por este envelhecimento”, disse a especialista. 

Ela afirma ainda que   que estudo publicado em julho deste ano na revista Reproductive Biology  and Endocrinology cita que o nível de infertilidade varia de 10 a 15% ao redor do mundo, especialmente em nações industrializadas.

 

Estresse masculino pode gerar embrião anormal
O especialista em reprodução humana assistida Edilberto de Araújo Filho afirma que no caso do estresse  masculino, o radical livre liberado consome energia das mitocôndrias responsáveis pelo movimento natatório dos espermatozóides. "Além de prejudicar a motilidade, o radical livre pode afetar o DNA. Quando isso ocorre, o material genético deste espermatozóide fica comprometido. Na maioria dos casos ele não consegue fertilizar o óvulo, porque não consegue liberar seu material genético. Quando consegue, a chance da formação de um embrião anormal é alta", afirma a embriologista  Lígia Previato.  O estresse foi tema de discussão no último Congresso Brasileiro de Reprodução Humana Assistida, realizado no mês passado em Bonito, Mato Grosso do Sul.

 

‘Fuja da rotina e busque  paz interior’, aconselha especialista
A dica dos especialistas para homens e mulheres que querem ter filhos é buscar uma vida mais saudável, com momentos de lazer e tempo para si mesmo. “Fuja da rotina imposta pela sociedade e busque paz interior”, afirma a embriologista  Lígia Previato. Segundo ela, a alimentação tem de ser baseada em produtos orgânicos, evitando sempre os agrotóxicos. “Evite o excesso de consumo de proteína animal, dando preferência por alimentação rica em legumes e frutas”. 

Outra dica fundamental do especialista em reprodução humana assistida Edilberto de Araújo Filho é prezar pela qualidade do sono. 

“Em casos mais graves, procurar por profissionais que orientem em uma dieta com suplementação de antioxidantes e aminoácidos”, disse ele.

 

MAIS

Outro estudo
Estudo publicado recentemente no periódico Fertility and Sterility, referência em reprodução humana assistida, já cita o estresse, resultante dos hábitos da vida moderna, com um dos possíveis fatores da infertilidade. 

No estudo, pesquisadores relataram que mulheres que pararam de usar contraceptivos levaram mais tempo para engravidar quando tinham níveis elevados na saliva da enzima alfa-amilase - um indicador biológico de estresse.

30% das pessoas que estão realizando tratamentos para engravidar não conseguem devido ao estresse da vida diária e de seus estilos de vida pouco saudáveis. A informação é de um levantamento revelado  pelo jornal americano The New York Times

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